A acrofobia se destaca como um medo irracional de altura, ou seja, que não faz sentido. Afinal, existem situações comuns que podem desencadear essa emoção na maioria das pessoas, não sendo um tipo de “desordem”.
Cabe destacar que a maioria desses medos ou fobias estão presentes no Cid-10 como um transtorno fóbico-ansioso, decorrente de alguns sinais claros.
Mas, o mais importante aqui, é entender como essa condição afeta a vida do indivíduo, quais são os sintomas e o que pode ser feito a partir essa percepção.
Conceito
Primeiramente, você deve ter em mente que os seres humanos possuem uma série de medos. Alguns deles instintivos, desde o nascimento, e outros aprendidos conforme o desenvolvimento.
Além disso, alguns desses medos são reais e concretos, baseados na lógica, como o medo de uma cobra. Enquanto outros são irracionais, causando tremores que não parecem fazer sentido, como aqueles que tem fobia de palhaço.
Em qualquer um dos cenários, esses medos afetam profundamente a vida cotidiano, alteram a percepção das coisas, prejudicam a vida social e a saúde mental/emocional.
Assim, chegamos à acrofobia: o medo irracional de altura ou de locais altos. Essa altura não precisa, necessariamente, representar um perigo racional para o sujeito.
Com isso, aquela pessoal responde a altura de forma exagerada. Inclusive, é um dos medos mais comuns, atingindo em torno de 3% da população mundial.
Mais importante que isso, essa altura não precisa significar um real perigo. Por exemplo, subir uma escada até o telhado sem nenhum tipo de proteção vai causar medo na maioria dos seres humanos. Isso não é acrofobia.
Assim, se você tiver esse medo, sentirá medo em diversos níveis de altura, não existindo qualquer risco ou perigo, mas a sensação é de pânico. Alguns sentirão isso ao subir em uma cadeira, por exemplo.
Um exemplo claro disso é mostrado no filme Pretty Woman, onde o personagem de Richard Gere tem esse medo. Isso é apresentado brevemente na cena em que ele se hospeda em uma suíte luxuosa, mas evita olhar a paisagem.
Importante
Enquanto a acrofobia é o medo de altura ou locais altos, a aerofobia é o medo de sofrer alguma influência do ar ou de estar voando. Comum naqueles que não conseguem viajar de avião, mas sobem escadas e ficam em sacadas sem maiores problemas.
O que desencadeia a acrofobia?
O principal fator que desencadeia esse medo irracional de altura é um evento traumático. Ou seja, essa situação envolvia altura e, por algum motivo, ocorreu um grande desconforto.
Algumas das situações possíveis incluem: cair de um local alto, ser empurrado de algum lugar. Isso provoca um tipo de bloqueio, como se a situação tivesse um novo significado.
Entretanto, não são todos que passam por uma situação traumática envolvendo altura que vão desencadear a acrofobia. Isso porque, depende da maneira como aquela situação é internalizada ou compreendida.
Justamente por isso, é indispensável iniciar um processo terapêutico, para identificar quais são as causas emocionais que se relacionam ao tema.
Em contraponto, existem outros fatores que podem causar esse medo irracional de locais altos ou alturas. Como um problema cognitivo que contribui com o desenvolvimento de fobias, problemas na visão e mais.
Quais são os sintomas
Um sintoma comumente associado a acrofobia é a vertigem, uma sensação desagradável e que faz perder o equilíbrio, bem como a falsa percepção de que as coisas estão “girando”.
Entretanto, quando você sente apenas a vertigem, isso pode significa que há uma alteração no ouvido. Assim, você deve observar:
Ansiedade
Os sintomas característicos da ansiedade fazem parte da acrofobia. Como o excesso de suor, preocupação excessiva, falta de ar e taquicardia, etc.
Esses sintomas podem aparecer antes de você ser exposto, com intensidade aumentada gradativamente.
Por exemplo, se você vai a um shopping e precisa passar pela escada rolante, pode começar a apresentar sintomas ansiosos assim que entrar no lugar e, quanto mais próximo da escada, mais os sintomas se agravam.
Pensamentos ruins e/ou negativos
Os pensamentos ruins ou negativos surgem rapidamente, quando o indivíduo é exposto a altura ou a possibilidade de exposição.
Muitas vezes, o pensamento se torna uma ideia fixa, quase obsessiva, repleta de pensamentos intrusivos difíceis de serem controlados. Nesses casos, isso eleva a intensidade dos sintomas ansiosos, podendo desencadear uma crise de pânico.
Justamente por isso, a maioria daqueles que tem acrofobia passam a evitar uma série de situação que podem causar esses sintomas. Como parar de ir a algum apartamento ou casa que tenha segunda andar, opta por escadas comuns, pede para outras pessoas realizarem tarefas que exijam o uso de um elevador, etc.
Esses pensamentos ruins ou negativos, no geral, engloba a crença de que algo ruim vai acontecer. Como cair e se machucar.
Frequentemente, ocorre o reviver do trauma, que deu origem a esse medo. Por fim, outros sintomas característicos incluem:
- Dores de cabeça;
- Tonturas e náuseas;
- Tensão muscular;
- Agitação;
- Sensação de falta de ar;
- Reações adversas, como risos ou choros incontroláveis.
O impacto na vida cotidiana e tratamento da acrofobia
A acrofobia é um medo pouco compreendido pelo público comum que, geralmente, associa todos os sintomas a um exagero “desnecessário”. Como resultado, você passa a sentir que precisa esconder esse medo, evita situações e pessoas, se isola e assim por diante.
Isso acontece porque até um pequeno degrau pode causar o medo irracional de altura, trazendo dificuldades para atravessar a rua, ir a médicos ou comprar coisas em um supermercado.
Em resumo, o seu corpo e mente não responde de forma adequada, causando incômodos que afetam os pensamentos, músculos e a psique humana.
Não à toa, grande parte dos pacientes começam a evitar saídas com amigos e familiares, fica restrito a própria casa (um local que considera seguro) e desenvolve uma série de pensamentos intrusivos que aumentam a intensidade dos sintomas.
No dia-a-dia, isso prejudica tanto atividades comuns quanto aquelas mais extraordinárias. Seja perdendo uma oportunidade por não querer viajar ou por se isolar cada vez mais, buscando rotas alternativas.
Agora, imagine que você precisa viajar para outro país. Enquanto a viagem de avião duraria poucas horas, a viagem em terra (quando possível) leva dias para ser concluída.
Importante
A intensidade do medo e sintomas variam conforme traumas e demais situações. Podendo ser agravadas quando você é exposto de forma agressiva e/ou sem controle.
Dessa forma, todas aquelas tentativas de pessoas não qualificadas devem ser evitadas. Como alguns que empurram quem tem medo de um degrau na tentativa de “curar”.
Quando isso acontece, novos traumas podem surgir, como uma baixa confiança em profissionais, medos de alturas ainda menores (como um simples degrau), etc. Por isso, sempre busque pessoas qualificadas para este processo.
Tratamento
Diante de todas essas problemáticas enfrentadas por aqueles que tem fobia de altura ou de locais altos, a dúvida é como o tratamento pode acontecer.
Primeiramente, saiba que você é capaz de ter auxilio sem sair de casa, começando em um local que considera seguro, para entender as possíveis causas e primeiras mudanças que podem acontecer.
Geralmente, a terapia mais indicada é a TCC (cognitivo-comportamental), mas nada impede que outras garantam resultados positivos.
Em síntese, tudo começa com a orientação e exposição. Ou seja, compreender o que é esse medo, quando ele acontece, os sinais que nem sempre são notados, possíveis causas e histórico completo.
A partir disso, o terapeuta inicia o processo de controle. Na prática, isso significa desenvolver habilidades para controlar ou amenizar os sintomas. Além de validar e avaliar os pensamentos, evitando que sejam tão intrusivos ou negativos.
Cabe destacar que, na maioria das vezes, esse tratamento inclui uma exposição progressiva daquilo que causa medo, para que os estímulos sejam feitos em um ambiente controlado, para ressignificar aquele trauma e permitir um controle maior do paciente sobre si mesmo.
Afinal, não haverá uma exposição a terceiros, algo que pode causar vergonha e demais desconfortos.
Inclusive, os tratamentos são baseados em técnicas de relaxamento, para controlar e reduzir os sintomas ansiosos. Assim, você será capaz de retomar o controle sobre esse medo, identificar possíveis gatilhos e ter um preparo emocional mais efetivo.
Para isso, comece agora o processo terapêutico com os psicólogos Fepo fazendo terapia onde se sentir mais confortável.