A alienação parental envolve um conjunto de comportamentos propagados por um dos genitores, para distorcer e denegrir a imagem do outro genitor perante os filhos.
Esse comportamento costuma acontecer principalmente durante a separação ou processo de divórcio. E para as crianças ou adolescentes que são vítimas, a alienação parental pode gerar grandes prejuízos emocionais.
Entretanto, é muito difícil flagrar a sua ocorrência no dia a dia. Porque, a alienação parental normalmente acontece dentro de casa, longe dos olhos de outras pessoas.
Então, como identificar e lidar com esse problema na prática? Continue lendo e confira como ir identificando e lidando com a alienação parental.
Identificando e lidando com a Alienação Parental e a Síndrome de Alienação Parental
Alienação parental implica na distorção e difamação da imagem de um dos pais perante a criança ou adolescente. Para isso, o genitor alienante usa de estratégias como:
- Manipulação afetiva, para que os filhos fiquem do seu lado e contra o outro genitor;
- Exagero dos fatos que realmente aconteceram e invenção de mentiras sobre o outro genitor;
- Distorção da realidade;
- Abuso de autoridade do poder pátrio familiar.
Não é incomum também que o genitor alienante use os filhos como armas para atingir seu ex-cônjuge ou ex-companheiro. Lembrando que alienação parental também ocorre em famílias cujos pais não são separados. Embora, seja mais rara na prática.
Além disso, a alienação parental também é praticada por outra pessoa da família, e não pelos pais. Por exemplo, um avô ou avó, ou até mesmo padrastos e madrastas. O que também é um detalhe importante para quem precisa ir identificando e lidando com a Alienação Parental na família.
De qualquer forma, para criança ou adolescente que é vítima desse comportamento, o problema traz consequências físicas, psicológicas, afetivas e emocionais. E pode levar ao desenvolvimento da Síndrome de Alienação Parental.
O que é e quando acontece a Alienação Parental?
A alienação parental acontece quando um dos diretores programa o filho ou filhos para odiar o outro sem apresentar justificativa. Já a síndrome da minha relação parental é composta pelos sintomas e outras consequências dessa alienação.
O psiquiatra e psicólogo norte-americano Richard Gardner foi o primeiro a identificar a SAP, em 1985. Segundo ele, trata-se de um distúrbio da infância, que normalmente se manifesta durante a separação dos pais.
Além disso, o primeiro sintoma da SAP é o repúdio do filho contra um dos genitores. Este repúdio se manifesta através do discurso da própria criança ou adolescente, e não apresenta nenhuma explicação.
Ou seja, a própria vítima realiza uma campanha onde denigre e difame um dos seus genitores. Mas, na verdade, ela está sendo manipulada, influenciada e incitada a isso pelo outro genitor.
Entender esses detalhes é importante para ir identificando e lidando com a alienação parental. Porque, muitas vezes, a criança ou adolescente acaba sendo punido por seu comportamento, quando na verdade a culpa não é dela. O que gera ainda mais contradição interna e problemas psicológicos.
Identificando e lidando com a Alienação Parental na prática
A SAP, causada pela alienação parental, faz com que a vítima entre em contradições de sentimentos em relação aos genitores. Então, a criança ou adolescente cortar, aos poucos, o seu vínculo afetivo com o genitor alienado.
Nesse processo, a vítima também se identifica por completo com o genitor alienante. E o impacto psicológico pode ser tão grave, que muitas vezes a SAP também é chamada de “implantação de falsas memórias”.
Portanto, é imprescindível identificar o problema o quanto antes. Mas, como fazer isso na prática? Há dois modos principais: observar o comportamento da vítima e o comportamento do genitor agressor.
1. Os comportamentos do genitor alienante
Ir identificando e lidando com a Alienação Parental é difícil. Pois, o genitor alienante usa suas táticas longe de outras pessoas na maioria das vezes.
Contudo, existem finais no comportamento do genitor que demonstram que alguma coisa está errada, incluindo:
- Difamar e denegrir a imagem do outro genitor perante a criança ou adolescente;
- Convidar ou incitar outras pessoas próximas a confirmarem a difamação e os insultos propagados, para convencer a vítima da sua veracidade;
- Culpar sempre o outro genitor pelo mau comportamento da criança ou adolescente;
- Marcar constantemente outros compromissos para o filho (os) no dia de visitação do genitor alienado;
- Impedir o filho (os) de conversar com o outro genitor, seja por telefone ou redes sociais:
- Interceptar a comunicação digital da vítima com o seu outro genitor, e algumas vezes através de ameaças;
- Impedir o filho de ver o outro genitor, inclusive deixando-o com terceiros ao precisar se ausentar. Mesmo que o outro genitor tenha se disposto a cuidar;
- Ameaçar levar o filho (os) para longe do outro genitor, caso ambos mantenham contato.
2. Os sinais e sintomas manifestos pela criança ou adolescente
Ir identificando e lidando com a Alienação Parental na prática também é possível através da observação do comportamento da vítima.
Isso porque o comportamento da criança também muda de forma drástica. E apresenta sinais evidentes de que algo está errado, como segue:
- Realizar campanha difamatória do outro genitor sem motivo;
- Desenvolvimento de quadro depressivo;
- Forte ansiedade:
- Nervosismo constante;
- Isolamento social;
- Dificuldade de se organizar;
- Forte sentimento de culpa;
- Dificuldade de aprendizado na escola;
- Agressividade e indisciplina, muitas vezes sem motivo aparente;
- Transtorno de identidade.
Quando a alienação parental não é identificada e interrompida, problemas psicológicos podem se agravar com o tempo. Por exemplo, a criança pode desenvolver uma propensão ao uso de drogas e o alcoolismo na adolescência e na vida adulta.
Mas, em caso mais graves, a vítima pode até mesmo tentar o suicídio.
Identificando e lidando com a alienação parental através de assistência psicológica especializada
Conseguir identificar e lidar com a Alienação Parental é mais fácil através de uma avaliação psicológica especializada. Por isso, é preciso fazer com que a vítima se abra e relate o que realmente está acontecendo.
Além disso, é preciso confirmar se os distúrbios que a vítima possa ter ocorrem realmente em razão da alienação parental. O que só é possível através de uma avaliação psicológica feita por um profissional.
Outro ponto importante é que a avaliação psicológica com laudo oficial permite entrar na justiça para afastar o genitor alienante. Fator fundamental para a melhora da vítima. Pois, o laudo psicológico é uma exigência legal para comprovar a alienação parental.
E, é claro, ir identificando e lidando com alienação parental com apoio psicológico possibilita que a vítima obtenha a ajuda necessária. E possa se libertar dessa situação sem maiores consequências.