A amitriptilina é um dos medicamentos usados em tratamentos de transtornos do humor e outras condições, chamado de antidepressivo tricíclico e que atua no sistema nervoso central. Com isso, é possível garantir uma série de efeitos que visam a melhor na qualidade de vida do paciente.
Entretanto, existem muitas dúvidas sobre a indicação desse remédio, bem como possíveis efeitos colaterais, período de adaptação e substitutos.
Por isso, aqui você vai conferir as principais informações e respostas sobre esse remédio, esteja você fazendo uso dele ou não. Dessa maneira, é possível compreender quais são as expectativas e possibilidades.
O que é a Amitriptilina – Antidepressivo tricíclico
A princípio, o cloridrato de amitriptilina é uma medicação usada para tratamentos diversos, de uma ou mais condições. Entre as mais comuns estão a depressão e a enurese noturna, o ato de urinar a noite na cama.
Neste cenário, pertence à classe de tricíclicos, que são fármacos com três anéis de carbono, com efeito sintomático. Na prática, dizemos que esse remédio consegue elevar a disponibilidade do cérebro em relação à serotonina, noradrenalina e dopamina. Essa última em menor escala.
Ou seja, o objetivo principal é garantir a regulação cerebral, combatendo os desequilíbrios químicos. Mas, para entender melhor, considere que:
· Serotonina: hormônio neurotransmissor relacionado à felicidade e bem-estar, também impacta no apetite, memória, temperatura e ritmo cardíaco;
· Noradrenalina: hormônio do nervo simpático que atua no sistema cardíaco, regula pressão arterial, na glicose e no humor;
· Dopamina: responsável pela regulação do humor, estresse, estimula memória e raciocínio, bem como demais funções mentais, sono e funções motoras.
Vale destacar que, inicialmente, esse fármaco tinha como objetivo único o tratamento da depressão. Entretanto, a variação na dose pode ser indicada para outras condições, como efeitos colaterais do humor, dores e assim por diante.
Não à toa, existem diversas indicações para o uso desse medicamento, sempre sob orientação médica.
Como age no organismo
De maneira simples, a amitriptilina é um remédio antigo e, por isso, seu funcionamento é bastante conhecido.
Neste cenário, o maior pico de concentração acontece em uma janela de 2 a 12 horas, contando a partir da ingestão. Além disso, a maior parte é excretada naturalmente pela urina e o efeito começa a ser reduzido.
Assim, o remédio começa a fazer efeito, bloqueando a recaptação de alguns neurotransmissores, como a serotonina. A partir disso, acontece um equilíbrio das sinapses, evitando que a comunicação entre as células e os neurônios fique em desarmonia.
Em resumo, isso significa que o fármaco é capaz de aumentar a concentração desses agentes no sistema nervoso central. Quando isso acontece, os efeitos da baixa presença são eliminados, reduzindo o quadro de dor/depressão.
Porém, nem sempre os efeitos são imediatos. Portanto, após o início do tratamento, o período de ação pode demorar de duas a quatro semanas para ser mais bem aproveitado.
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Quando a amitriptilina é indicada?
Decorrente da ação calmante, o principal uso da amitriptilina conhecida pelo público é no tratamento de depressão. Entretanto, também é altamente recomendado para incontinência urinária.
Neste último caso, a ação sedativa evita o ato de fazer xixi na cama, muitas vezes causado por estresse e ansiedade.
Inclusive, o fármaco pode ser indicado em tratamentos de infecção urinária de repetição, como Trigonite. Com isso, evita os sintomas clássicos, como dores, quadros mais agressivos de infecção e mais.
Ao mesmo tempo, a amitriptilina é usada em pacientes com dores crônicas, justamente pensando nesse efeito de sedação.
Isso acontece porque a ação química atua nos inibidores seletivos, como a serotonina. Então, após o estudo do paciente, pode ser indicado o uso prolongado para reduzir os quadros.
Pensando em dores, as principais indicações desse medicamento incluem:
· Enxaqueca;
· Fibromialgia;
· Dor neuropática;
· Dor lombar crônica, entre outras.
Contraindicações e precauções
Presente há mais de 60 anos no mercado, sabemos que existem alguns efeitos e casos nos quais esse remédio não deve ser indicado. Sempre considerando o bem-estar do paciente.
Segundo especialistas, não deve ser uma opção em quadros de:
· Risco ou histórico de ataque cardíaco;
· Ingestão de cisaprida;
· Tratamentos que recorrem aos IMAOs;
· Alergia ou sensibilidade ao cloridrato.
Da mesma maneira, é indispensável o cuidado quando há outras condições no histórico médico, estejam elas passando por avaliação/tratamento ou não. Afinal, pode haver interações medicamentosas problemáticas.
Neste cenário, a precaução é informar ao médico se houver casos de:
· Psicose;
· Epilepsia;
· Convulsões;
· Ataque ou doenças cardíacas;
· Doenças hepáticas;
· AVC;
· Diabetes;
· Glaucoma;
· Gravidez;
· Incontinência urinária.
Cabe destacar que isso não significa, necessariamente, que a medicação não será usada no tratamento. Mas que o profissional deve saber desse histórico, tendo todas as informações sobre o paciente para encontrar o melhor fármaco.
Além disso, é indispensável o acompanhamento durante todo o tratamento, que pode ser de longo prazo ou mesmo para toda a vida. Logo, converse com o seu médico sobre todas as dúvidas que surgirem.
Efeitos colaterais da amitriptilina
Para finalizar este tópico, é importante pensar que praticamente todos os remédios possuem algum efeito colateral. E com este não é diferente.
Geralmente, os efeitos são amenizados a partir da alteração da dose ou após um tempo de tratamento. Para que o organismo se acostume com aquela química.
Enfim, a medicação pode:
· Sonolência;
· Dores de cabeça;
· Boca seca;
· Ganho de peso;
· Sensação de taquicardia;
· Fraqueza e/ou cansaço;
· Tonturas ou zumbidos;
· Constipação.
Pensando nesses efeitos, é recomendado que seja tomado o remédio à noite, próximo ao horário de ir dormir. Por outro lado, há casos em que a dosagem é fracionada, conforme necessidades de cada quadro.
Interações medicamentosas
As interações medicamentosas sempre são um desafio na medicina. Afinal, um remédio pode anular o efeito do outro, potencializar ou mesmo alterar o resultado químico esperado.
Sendo assim, é indicado cautela sempre que se consome qualquer remédio de forma contínua, seja para transtornos do humor ou dores.
Dessa forma, se houver necessidade de tomar qualquer outra medicação, o ideal é sempre consultar o seu médico, conferindo quais são uma opção ou não. Por exemplo, na consulta, peça qual remédio você pode ingerir se tiver uma dor de cabeça ou estomacal.
Mas, pensando em outros fármacos, o essencial é evitar:
· IMAOs;
· Outros antidepressivos;
· Dissulfiram;
· Topiramato;
· Tramadol;
· Depressores do sistema nervoso;
· Medicamentos atrelados a serotonina e P450 2D6;
· Epinefrina combinada com anestésico;
· Anticolinérgicos;
· Simpatomiméticos;
· Remédios anti-hipertensivos guanetidina ou similar.
Na dúvida, consulte um especialista e informe sobre seu quadro e histórico de saúde, outros profissionais que acompanham o seu caso e leve receitas ou caixas dos remédios que ingere.
Psicoterapia: a melhor aliada a psiquiatria
A psicoterapia é um processo amplo e gradual, geralmente marcado pela necessidade de conhecer mais de si mesmo. Com isso, você pode alcançar uma qualidade de vida mais elevada.
Mas, por que exatamente isso acontece?
Em suma, existem diversos motivos que podem levar alguém a fazer terapia. Seja se conhecer melhor, entender suas peculiaridades, elevar a sensação de bem-estar, felicidade e equilíbrio, etc.
Quando pensamos em diagnósticos, não há apenas as questões naturais da vida, como dificuldades e estresse, mas um quadro amplo, com sintomas e características.
Assim, a psiquiatria e a psicoterapia atuam em conjunto, para promover conhecimento, estabilidade e força no paciente.
Isso tudo pode ser para uma mudança de hábitos, como entender os efeitos dos remédios e pontos de mudança no humor. Mas também para livrar-se de dependências, como álcool ou mesmo autocrítica excessiva.
Da mesma maneira, é a melhor forma de trabalhar medos, autoconfiança, sentimentos e estabelecer padrões para relações saudáveis. Incluindo a sua relação consigo.
Portanto, se você está ou não iniciando um tratamento psiquiátrico, um dos passos para alcançar a saúde mental, física e emocional é também procurar um psicólogo.
Se quiser saber mais, aqui na Fepo você encontra diversos profissionais que vão lhe atender online, onde estiver.
Em contraponto, se ainda tiver dúvidas sobre buscar ou não esse suporte, separamos um post com algumas dicas que vão direcionar você acerca do que sente e como vive. Tudo isso servirá para analisar quando procurar um psicólogo.
Dúvidas e respostas
Outros nomes
Assim como outros medicamentos para transtornos, gripe ou mesmo para dores, a amitriptilina é o agente. Sendo assim, você pode encontrar a substância com outros nomes, geralmente mudando a partir do laboratório.
Também há variações na dosagem, de 25mg ou 75mg. A quantidade de comprimidos ingerida varia conforme a necessidade de cada paciente.
Neste cenário, alguns dos nomes comerciais são:
· Amytril;
· Tripso L;
· Neo Ami Triptilin;
· Trisoma Tol;
· Neurotrypt;
· Tryptanol, etc.
Como tomar?
Atualmente, existem duas formas de utilizar essa medicação: oral ou intramuscular. Essa última sendo pouquíssimo comum entre o público.
Frequentemente, a indicação é que a dosagem seja feita uma vez ao dia, mas também pode ser fracionada conforme indicação médica.
Ao mesmo tempo, é comum que a dose inicial seja mais alta, sendo reduzida conforme o quadro é estabilizado. O que pode demorar um mínimo de 3 meses.
Posso conseguir a amitriptilina de graça? É necessária prescrição médica
A realidade dos antidepressivos é que não são fármacos baratos e, como resultado, há o cuidado em relação à escolha do medicamento.
No grupo chamado ADT há três opções que são oferecidas de graça pelo SUS: amitriptilina, nortriptilina e clomipramina. Ou seja, você consegue pegar o medicamento em uma unidade básica de saúde sem pagar nada por ela.
Para isso, tudo o que você precisa ter é um encaminhamento e receita médica. Lembrando que esse remédio não pode ser comprado sem receita e, ao fazer, o documento será guardado pela administração.
Então, converse com o seu médico e vá até à unidade mais próxima da sua residência. É importante que o tratamento seja contínuo, para ser efetivo.
Esse fármaco engorda?
Não é segredo que muitos remédios alteram o peso, seja provocando um ganho ou perda nos números da balança. Geralmente, essa alteração se dá por fatores secundários à medicação, como a sensação de fome ou sonolência.
Dessa forma, não existe uma regra. A amitriptilina pode ou não causar um aumento no peso por elevar o apetite e a constipação.
Portanto, é indispensável avaliar essa questão a partir da ingestão e consultar o seu médico.
Ao mesmo tempo, a psicoterapia é essencial para que esse processo se torne mais fluido e você consiga controlar melhor os efeitos que podem aparecer. Tudo isso desenvolvendo novos hábitos e ferramentas pessoais.
O que fazer com o sono?
Se você está buscando formas de amenizar os efeitos colaterais de antidepressivos, sabe que nem sempre isso é uma tarefa fácil. Afinal, trata-se de um resultado orgânico.
Logo, ao sentir o sono, não basta pensar ser apenas um efeito ou mesmo de forma positiva, a sensação vai continuar ali. Muitas vezes, esse sono parece quase debilitante, por também causar a sensação de cansaço.
Então, a melhor resposta está na observação dos efeitos e na conversa com o seu médico. Inicialmente, os efeitos podem ser mais fortes, já que o organismo não está habituado. Porém, pode reduzir ao longo do tratamento.
Em alguns casos, são adotadas outras medidas, como alteração nos miligramas de dosagem ou troca de horários. Entretanto, se após o período inicial e demais medidas o sono persistir, o médico pode fazer a troca.
Portanto, avalie como exatamente você pode otimizar a sua rotina, definir hábitos mais estruturados e seguir à risca a indicação médica. Tudo isso vai ajudar a reduzir esse efeito para uma vida mais equilibrada.