Autismo infantil e adulto – Você sabe o que é a abordagem ABA?

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A abordagem ABA vem se popularizando entre o público, mas não é algo novo. Além disso, o autismo infantil e adulto ganha novos aspectos de conhecimentos, principalmente com novos diagnósticos.

Esse método é amplamente aplicado em indivíduos autistas e possui uma ciência capaz de garantir uma compreensão ampla do comportamento, com destaque para o que chamamos de interesse social.

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Não à toa, existem especialistas que estudam o tema visando aplicá-lo em outras condições/situações, garantindo resultados mais rápidos e positivos.

Segundo a página ABA+, essa abordagem envolve a disciplina e a prática com base na análise experimental do comportamento e na filosofia do comportamento. Logo, tem raízes no Behaviorismo.

Diante disso, a Fepo separou o funcionamento básico dessa abordagem, bem como a importância de entender a diferença de aplicação em crianças e adultos. Confira!  

Autismo infantil e adulto: novos diagnósticos

Nos últimos anos, milhares de pessoas começaram a entender que determinados comportamentos não eram um “jeito de ser”, mas sim uma condição decorrente do autismo.

Assim, enquanto muitos pais e responsáveis percebem os primeiros sinais na infância, buscando tratamentos adequados, outros nem sabiam que essa condição existia.

Como resultado, temos hoje uma série de adultos que chegam até a primeira consulta psicológica com queixas distintas. Gradualmente, descobrem que havia mais por trás de todo o repertório que possuíam.

Inclusive, é preciso observar uma série de aspectos além de comportamentos básicos. Assim, fugimos do estereótipo e garantimos o melhor tratamento/abordagem para aquele indivíduo.

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Nas crianças, os principais sintomas de atenção são notados na tríade principal do autismo, mas voltadas para um aspecto mais simples e básico.

Por exemplo, as crianças têm problemas em relação a inibição, sentar e esperar, a higiene pessoal, se comunicar e começar/manter interações sociais.

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Já o público adulto precisou, mesmo com todas as dificuldades, desenvolver determinadas habilidades. Logo, são pessoas funcionais, com comportamentos disfuncionais ou problemáticos.

Então, os principais sintomas de atenção estão relacionados a dificuldade em organizar o tempo, questões relacionadas a produtividade e concentração, bem como habilidades sociais de baixa qualidade.

Diferentemente do público infantil da atualidade, esses adultos são “confundidos” como preguiçosos, grossos, incompetentes e mais. Vale dizer que há dois polos: casos de pessoas com total falta de controle e gestão própria, bem como aqueles com uma obsessão por regras e rotinas.

Tríade básica: comunicação, interação social e comportamentos estereotipados.

Controle inibitório: o controle inibitório está ligado ao desenvolvido cerebral, junto das funções executivas. No autismo, a gestão individual, interpretação, conexão e isolamento são temáticas habituais.

Você sabe o que é abordagem ABA?

ABA ou Análise do Comportamento Aplicada é uma área de investigação/aplicação dinâmica e evolutiva. Ou seja, a partir de novos comportamentos, novos princípios surgem.

Diante disso, não é um método ou intervenção, já que tem caráter mutável.

Essa abordagem se tornou a mais usada em casos de autismo justamente por isso: por mudar conforme o paciente. Logo, quando novos aprendizados se tornam concretos, a abordagem muda.

Além disso, o principal processo do ABA é o aprendizado e, por isso, começou a ser usada dentro de escolas e empresas. Na década de 80, começou a ser aplicada em casos de TEA.

No aspecto da funcionalidade, essa abordagem usa a Tríplice Contingência, com os seguintes elementos:

  • Estímulo: situação que vem antes do comportamento;
  • Resposta/Comportamento: a resposta do ser humano ao estímulo;
  • Consequência: são as mudanças no contexto devido ao comportamento/resposta.

Portanto, o objetivo do ABA é criar uma nova forma de responder a um estímulo, desenvolvendo mais repertórios, garantindo comportamentos mais saudáveis e funcionais.

Todos esses comportamentos variam de acordo com o contexto, a demanda e capacidade individual.

Por exemplo, uma criança de 5 anos não vai entender que não deve comer apenas doces ou gorduras e que isso será um problema para a saúde dele.

Entretanto, com uma rotina de qualidade, diversidade alimentar, processo de introdução adequada de alimentos e o exemplo, essa mudança do paladar começa a acontecer.

O que é comportamento de interesse social? São aqueles comportamentos voltados para melhorar a vida em sociedade, as relações.

Quais são os resultados com esse tratamento?

A abordagem ABA é usada em diversas terapias e, conforme o Instituto Neurosaber, 80% dos casos que usam esse formato tem uma evolução excelente.

Em outras palavras, supre os antigos déficits, reduzem os comportamentos problema e promovem um novo repertório de respostas.

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Simultaneamente, o resultado esperado é que esses indivíduos consigam adaptar os aprendizados independentemente da situação, garantindo progresso com pouca ou nenhuma ajuda.

A diferença no tratamento infantil e adulto

O autismo infantil e adulto na abordagem ABA tem um efeito potencializador, de longo prazo e pensado para o desenvolvimento do indivíduo. Afinal, não se trata de ensinar algo específico, mas oferecer repertórios novos.

Dessa forma, tanto no público infantil quanto adulto, esse tratamento pode ser aplicado, trazendo vantagens de extrema valia.

Mesmo em um diagnóstico tardio (jovens e adultos), ter um nome para a condição traz alívio e proporciona conhecimento. Como resultado, inicia-se um processo de compreensão de níveis, observação e mudança.

Sendo assim, ao invés de tentar mascarar todos os sintomas, o indivíduo começa a adequar suas expectativas e buscar outros meios/respostas.

É importante lembrar que o autismo é diagnosticado por meio de atendimento clínico profissional, história de vida detalhada e identificação das queixas/sintomas.

Dependendo do espectro e das condições associadas, como ansiedade e TDAH, o processo terapêutico muda.

Neste cenário, a principal diferença na abordagem ABA no autismo infantil e adulto está no repertório.

Basicamente, o público infantil tem uma base menor de respostas, já que tem um volume inferior de experiências, queixas, problemas, etc. Sendo assim, a tríade do sujeito é mais “simples” de ser quebrada.

Isso não significa que o tratamento é fácil ou rápido, mas que as respostas costumam aparecer mais efetivamente, até antes de uma situação ocorrer.

Tríade: estímulo, comportamento e consequência.

Por exemplo, suponha que a criança comece o tratamento por ter uma dificuldade de ficar na sala de aula ou por acabar levantando e andando a cada tantas horas. A consequência é ter sua atenção chamada pela professora, gerando incômodo.

Então, o processo começa com uma troca de lugar, a criança passa a ficar no último lugar da sala, é ensinado a se levantar e andar mais silenciosamente e a notar os estímulos que antecedem o comportamento. Como ansiedade, não compreensão do tema, barulhos, etc.

Como resultado, a criança passa a ter mais autonomia, cria um novo repertório de respostas (como desenhar ou escrever) e, rapidamente, o cenário muda.

Já nos adultos, essa tríade está enraizada. Logo, é necessário quebrar esses comportamentos, muitas vezes tratar crenças ligadas a essas respostas, preconceitos e ao próprio diagnóstico.

Um adulto que é improdutivo ou tem dificuldade para gerir a rotina, bem como aquele que não aceita nada fora da planilha, precisa de uma abordagem ABA compreendendo como aquilo se tornou parte da vida dele, quando começou e um processo de mudança progressivo.

Quando buscar tratamento?

Por fim, todo indivíduo que tem alguma queixa pessoal, deve buscar formas de focar no seu bem-estar. Como resultado, a terapia é indicada para diversos fins e objetivos

Dessa forma, tudo começa com a triagem, realizando um processo para entender a vida do indivíduo, quais são os problemas, consequências, os estímulos, etc.

O diagnóstico só é firmado quando há indícios suficientes para tal. Nada deve ser de maneira precoce.

Em seguida, inicia-se o tratamento com abordagem ABA, mudando gradualmente os comportamentos (já que nem sempre é possível eliminar os estímulos do ambiente).

Cabe destacar que o tratamento de autismo infantil e adulto é multidisciplinar, de acordo com suas necessidades. Entre as mais comuns estão:

  • Fonoaudiologia: para desenvolver recursos de comunicação e linguagem, incluindo a interpretação;
  • Fisioterapia: destinada a habilidades motoras, como aprimoramento do andar, rolar, força muscular e mais;
  • Terapia Ocupacional: focada na prevenção de alterações e trabalhando com cosias diárias (como ir ao banheiro), como escola, brincadeiras, habilidades sociais, limitações, etc;
  • Pedagogia: melhorando aspectos intelectuais considerando os desafios, limitações e necessidades especiais.

Lembrando que a psicoterapia é essencial em todos os casos, para incentivar e estimular comportamentos sociais, focar no bem-estar e qualidade de vida, controle de atividades diárias, ter um espaço de abertura seguro, etc.

Além disso, conforme a idade, todas as terapias são adaptadas.

Simultaneamente, há as consultas e acompanhamentos clínicos, principalmente quando o paciente faz uso de alguma medicação. Ademais, há diversos estudos que mostram a importância de mudar a alimentação.

Em um quadro geral, todos os seres humanos devem ter um cuidado especial com aquilo que comem, promovendo a nutrição correta para o seu organismo e considerando especificidades, como quadros de anemia, imunidade baixa, etc.

Da mesma maneira, é indispensável realizar atividades físicas regularmente. Esses exercícios estimulam a concentração, otimiza o foco e concentração, reduz os picos de estresse e ainda promove interações sociais de qualidade.

Enfim, para saber mais, confira o Blog Fepo ou conheça os psicólogos e agende sua primeira sessão. Aproveite também para conferir o serviço inovador de chat para apoio emocional.  

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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