O que é autoestima e qual sua importância?

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Ao pesquisarmos sobre autoestima é natural encontrar uma série de definições. Desde aquela que fala sobre o “amor-próprio” ou a visão de si, até aquela que fala sobre a formação do indivíduo a partir de sua valia e confiança.

Neste aspecto, é importante considerarmos esse termo como ele realmente é: amplo. Afinal, trata-se de um assunto que abrange várias perspectivas que se complementam e que apresentam um retrato intrínseco do ser humano.

Segundo a origem da palavra, a ideia de auto é de si, vindo diretamente do grego. Mas o restante da palavra se original do latim, mais especificamente de “aestimare”, que significa “apreço ou apreciar”.

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Com isso, é importante entender como essa relação se inicia desde sua formação, mas principalmente definir melhor o que é (e como identificar esse comportamento), bem como os desafios de enfrentar um rebaixamento nesse apreço de si mesmo.

O que é autoestima?

Primeiramente, vamos começar com a ideia.

Assim, a autoestima é uma avaliação subjetiva que o indivíduo faz de si mesmo. Ou seja, uma autoavaliação que pode ser global (considerando várias coisas) ou não (considerando aspectos específicos).

Imagine, por exemplo, quantas vezes viu alguém fazendo a mesma coisa que você, se comparou e chegou a uma conclusão sobre isso.

O grande diferencial desse conceito é que ele envolve falhas, qualidades, comportamentos, emoções, aspectos culturais (o ambiente no qual vive), crenças e muito mais.

Tudo isso pode impactar a sua percepção e avaliação de forma positiva ou não. Isso influencia na sua tomada de decisões, na maneira como se comporta, bem como na forma como interpreta diferentes situações.

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Um exemplo bastante didático sobre o tema é considerar a seguinte situação: suponha que um elefante, um peixe, um gato, um cachorro e um pássaro estejam em uma sala de aula. Sim, pode parecer um pouco infantil, mas fique calmo.

Agora, imagine que esses alunos passarão por uma série de provas. A primeira delas é subir em uma árvore.

Nesta, quem se sai bem é o pássaro e o gato. Os demais não conseguirão subir.

A segunda prova consiste em passar por um rio através da água. Então, o peixe, elegante e o cachorro conseguem passar facilmente pelo desafio, os demais não.

Mas como isso se relaciona com a autoestima?

Cada um dos personagens possui aptidões específicas relacionadas ao ambiente no qual vivem, físico e assim por diante. O cachorro pode acreditar que não é bom apenas por não ter conseguido subir na árvore.

Ou seja, mesmo que ele seja bom em muitas outras coisas, aquele único aspecto pode comprometer toda a avaliação que ele possui de si mesmo.

Justamente por isso, é tão importante considerar não apenas uma questão, mas várias delas.

O que é autoestima baixa?

A autoestima baixa se caracteriza por apresentar sentimentos negativos em relação a si mesmo. Geralmente, atrelados a inseguranças, medos e experiências passadas ruins.

Pensando no exemplo da sala de aula dos animais, aquele que não consegue superar uma dificuldade ou que vê outro tendo um desfecho diferente do dele (como o cachorro que não consegue subir na árvore e vê o gato subindo), pode acreditar que não tem capacidade.

Dessa forma, inicia-se uma visão ruim sobre si. Envolvendo os próprios comportamentos, pensamentos e até sentimentos.

A autoestima baixa pode refletir em diversas situações do dia-a-dia e influenciar na sua tomada de decisões, no futuro e nas oportunidades.

Cabe destacar que isso pode desencadear outras questões e até alguns transtornos. Como ansiedade e depressão.

Existem alguns sinais que podem evidenciar uma autoestima baixa, como:

  • Desmotivação contínua;
  • Falta de vontade para fazer coisas;
  • Sensação de ser inferior aos demais;
  • Comparação constante com outras pessoas;
  • Pessimismo em relação a tudo;
  • Pensamentos negativos.

Além disso, acontece uma distorção na visão de si mesmo e de suas características. Em outras palavras, você começa a achar que é ruim até naquilo que é muito bom.

Pessoas tóxicas: o problema do círculo social no amor-próprio

As pessoas tóxicas são um assunto bastante comentado nos últimos anos, mas ainda há uma série de dúvidas e até confusões referente ao assunto.

Na prática, os indivíduos que possuem comportamentos desagradáveis que continuamente reduzem você (e sua qualidade ou mesmo qualificações), são negativas.

Podendo ou não utilizar de agressões físicas e/ou verbais. Os narcisistas são conhecidos por manipularem aqueles que o cercam continuamente.

Por exemplo, são aqueles que vivem dizendo que você não vai conseguir, que seria melhor desistir, que falam sobre como determinada característica sua é feia/ruim, que tentam te manipular ou causar um desequilíbrio emocional. Ou seja, fazer você se sentir mal apenas por ser quem é.

O problema de ter essas pessoas no seu círculo é que elas prejudicam a sua vida, muitas vezes de forma indireta. Muitas vezes, você começa a se questionar sobre aquilo que elas dizem.

Imagine que você tem um “colega” que sempre diz que o seu cabelo está desarrumado ou que está ficando careca. Mesmo que essa não seja uma preocupação genuína sua, é possível que você comece a se preocupar, mude o cabelo ou até busque por um transplante.

Portanto, é essencial ter cuidado com aqueles que te cercam e como te influenciam. Sejam amigos, colegas de trabalho ou familiares.

Se você tem um problema com narcísicos ou não consegue se desvincular de indivíduos que te fazem mal, procure ajuda profissional o quanto antes.

Qual a importância da autoestima?

A autoestima é de extrema importância para garantir a qualidade de vida e bem-estar ao indivíduo.

Em síntese, é com a visão que tem de si pode ou não valorizar seus aspectos mais intrínsecos, fortalecer sua saúde mental, física e emocional, impactando na rotina e demais atividades.

Aquele que tem uma autoestima saudável consegue avaliar as situações de forma clara e coesa, chegar a conclusões saudáveis, ter expectativas reais e manter a sua mente livre de julgamentos excessivos/desnecessários.

Da mesma maneira, isso permite que você redirecione sua atenção, entende quais são seus pontos fortes, se aquilo que o outro diz é real ou não e assim por diante.

A autoestima elevada aumenta sua produção de resultados pessoais e profissionais, traz equilíbrio mental, facilita na manutenção da rotina, estimula um bom estilo de vida, eleva a produtividade e mais.

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Já a autoestima baixa contribui com os sentimentos e comportamentos negativos, contribui com a timidez excessiva e medos, causa ansiedade e pode contribuir com o surgimento de transtornos alimentares e outros.

Como recuperar a autoestima? 

A recuperação da autoestima é um processo individual que engloba diversos processos para se entender e se valorizar. Pensando nisso, separamos os principais tópicos de impacto que vão te ajudar nesse percurso.

1# Aceitação: o início de um novo caminho

Aceitar-se não é fácil e não é um processo que acontece em poucos dias. Logo, é essencial manter a calma e iniciar um processo tranquilo de entendimento.

Para isso, existem alguns pilares importantes: cobrança, julgamentos e perdão.

Dessa forma, tudo começa reduzindo a cobrança e os julgamentos sobre si mesmo, para compreender que muitas coisas acontecem e, muitas delas, não estão sob seu controle.

Além disso, mesmo aquelas que pode controlar, podem não sair conforme o planejado.

Em contraponto, você precisa começar a aprender sobre o perdão, tanto sobre si quanto aos demais. Ao perdoar a si mesmo, você não precisa carregar sentimentos ruins, que comprometem o seu amor-próprio e a maneira como reage as oportunidades.

Ao perdoar os demais, você evita que que eles influenciem negativamente na sua vida, tendo liberdade para seguir com o seu caminho.

Perdoar não significa esquecer ou algo assim, mas aprender com os erros, saber quando é hora de se afastar ou mudar de direção, bem como abandonar a culpa que não te leva a lugar nenhum.

2# Autoconfiança

A autoconfiança é a habilidade de acreditar em si, nas próprias habilidades e nos seus julgamentos. Além disso, isso permite que quando você estiver certo, seguirá seus próprios caminhos. Quando estiver errado, saberá o que fazer, assumindo suas responsabilidades.

Ou seja, junto da autoconfiança, há a resiliência.

Para ser mais autoconfiante, é preciso parar de se comparar com os demais, começar a se autoconhecer, ter cuidado consigo mesmo, perder o medo de errar e aprender com os erros e assim por diante.

Da mesma maneira, comece a ter mais compaixão e defina objetivos alcançáveis para a sua vida. Isso vai ajudar a ver todo o seu potencial.

3# Tenha cuidado com o isolamento

O isolamento é um desafio para as pessoas com autoestima baixa.

Em resumo, o que costuma acontecer é um ciclo no qual o sujeito começa a ter sentimentos negativos sobre si e, como resultado, começa a se afastar das pessoas. Muitas vezes por acreditar que não é capaz ou bom o suficiente.

Logo, você passa a se isolar cada vez mais. Ao mesmo tempo, isso aumenta a sensação de “não ser bom”. Ou seja, você vai se isolando até se afastar de todos, inclusive daqueles que lhe fazem bem.

O isolamento social contribui para a baixa autoestima, pois cria um senso de exclusão.

Enfim, o convívio social estimula a cognição, melhora as percepções, eleva a autoestima e provoca sensações positivas, bem como facilita a quebra de ciclos viciosos.

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Além disso, é importante ter uma rede forte de suporte, mas evitar pessoas tóxicas, ficar atento ao ato de se isolar, trabalhar com a sua saúde mental diariamente, pensar em novos círculos sociais, sair para se divertir e mais.

Uma dica especial é fazer parte de grupos que praticam atividades físicas. Já que isso contribui com a saúde física, mental e emocional.

4# Seja mais realista sem deixar seus sonhos de lado

Ser mais realista é essencial para evitar uma percepção continuamente ruim sobre si mesmo. Afinal, muitas vezes essas sensações não são provenientes de fatos reais, mas sim de coisas que você (ou terceiros) acreditam.

Por exemplo, pode ser que você seja ótimo no trabalho e até uma referência para outros colegas. Mas teve um dia ruim e alguém comentou sobre isso.

Aquele único comentário pode gerar uma série de preocupações, fazendo você se questionar sobre sua produtividade, horários e resultados.

Neste cenário, você precisa ser realista e entender o motivo daquele comentário, o contexto todo da situação e o que é verdade ou não.

Talvez, o comentário tenha sido apenas uma forma de criticar você (que compete com ele), de tentar abalar o seu emocional ou até de ocupar o seu lugar.

Mas, você também pode usar aquele comentário para crescer. Ou seja, avalie se o comentário foi feito para o seu “bem” e considere como pode melhorar a partir dele.

Porém, ao fazer tudo isso e focar na realidade, não deixe os seus sonhos de lado. Todos os seus objetivos e metas devem ser importantes, avaliados e alcançados! Faça eles acontecerem.

Inclusive, se você tem dificuldade para entender o que quer, onde quer chegar e quais são suas expectativas de futuro, comece uma terapia focada nessa descoberta.

5# Autocuidado: fique longe da perfeição e busque sua melhor versão

O autocuidado é tudo aquilo que você faz para si mesmo com o objetivo de melhorar, de alcançar mais qualidade de vida e bem-estar, principalmente emocional.

Assim, é um processo de equilíbrio psíquico.

Geralmente, esse cuidado envolve questões estéticas. Como cuidar da pele, cortar os cabelos, fazer uma hidratação e assim por diante. Tudo isso é realmente válido para a autoestima.

Afinal, ao cuidar de si, você consegue se enxergar, olhar no espelho e ter orgulho daquilo que vê.

Entretanto, o autocuidado não para por aí, é preciso pensar em questões orgânicas. Como a alimentação, nas atividades físicas, na regulação do metabolismo.

Logo, a recomendação psicológica é ter alguns pilares básicos que sustentem todo o cuidado consigo mesmo:

  • Alimentação: tenha uma alimentação balanceada e mais saudável;
  • Exercícios: pratique atividades físicas regularmente, ideal ao menos 1 hora por três dias da semana;
  • Rotina: ter uma rotina, com horários, vai te ajudar a manter tudo em ordem;
  • Defina metas: as metas te ajudam na direção, a saber o que fazer ou não;
  • Tenha um dia de autocuidado: faça aquilo que gosta, como cuidar das unhas e cabelos;
  • Hobby: ter um hobby é essencial para se desligar das coisas, ou seja, faça algo que goste no dia-a-dia, como ler ou ver um vídeo.

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Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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