COMO CONVENCER ALGUÉM IR NO PSICÓLOGO?

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De modo geral somos todos ensinados que o sofrimento mental, as dores sentimentais e outros relacionamos a mente e aos sentimentos, são “bobagens”, “frescuras”, “coisas de gente fraca”, “que vai passar”, “que é falta do que fazer” e outros muitos tipos de nomes que o sofrimento mental leva. Por esse motivo quando queremos ajudar alguém próximo nos perguntamos: “como convencer alguém ir no psicólogo?” O cuidado com a saúde mental por meio de um psicólogo é quase sempre são visto como algo de pouca importância. 

VAMOS VER ALGUMAS FRASES QUE SÃO DITAS QUANDO FALAMOS OU PENSAMOS EM COMO CONVENCER ALGUÉM IR NO PSICÓLOGO?

  • Isso é coisa de gente doida
  • Sempre achei que você tinha cara de doido(a)
  • Esse negócio de psicólogo é coisa de gente ‘rica frescurenta’
  • Isso é falta do que fazer
  • Nossa, não sabia que você era doido(a)
  • É dinheiro jogado fora!

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O QUE FAZ COM QUE AS PESSOAS TENHAM RESISTÊNCIA A IR NO PSICOLÓGO?

Não é por acaso que muitas pessoas são extremamente resistentes a buscar um psicólogo. Crescemos aprendendo, me maneira torta, que psicoterapia é coisa de gente ‘louca’, ‘fresca’ ou ‘rica’, e aos poucos essa maneira errada de ver esse tipo de cuidado vai penetrando na nossa mente até se tornar uma verdade.

Foi inventada uma separação da saúde física e da saúde mental, como se fossem coisas possíveis de ser separadas. Ao ser criada a ideia de que existem apenas dois tipos de pessoas – as doentes e as saudáveis – também surgiu a ideia da separação entre mente e corpo. Esse processo alimenta preconceitos, violências e negligência da saúde mental das pessoas em todos os níveis, dos espaços íntimos e privados até a mídia e política. 

Como os sentimentos e sofrimentos mentais são deixados de lado ou em segundo plano, quando buscamos ajuda ou falamos sobre dores, a primeira coisa que vem a cabeça é a dor dentro de um formato físico. 

É comum que muitas pessoas escondam que façam psicoterapia ou tenham medo de buscar por ela. A ideia que se construiu a que buscar por ajuda, quando falamos de sofrimento mental, é ser uma pessoa fraca, vulnerável e/ou problemática. Romper com esse preconceito é um processo que pode levar tempos diferentes de pessoa para pessoa.

IMPORTANTE: Brigar com alguém ou tentar convencê-la de formas violentas não é o caminho certo a se tomar. Lembre-se do seu pensamento inicial: como convencer alguém ir no psicólogo? Pois no final das contas só irá piorar a situação e afastá-la ainda mais do objetivo, que é o cuidado. 

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  • QUANDO BUSCAR UM PSICÓLOGO?

De fato, nem todas as coisas que nos causam algum tipo de ‘problema emocional’ precisam ser cuidadas por um psicólogo, afinal passamos por diversos tipos de situações e sentimentos que fazem parte da vida e muitas vezes lidamos com eles de forma satisfatória tendo como base nossa capacidade de enfrentamento das situações. No entanto precisamos entender que o cuidado proporcionado por um psicólogo é diferente de um desabafo entre amigos. 

Um psicólogo se torna fundamental quando nossos sentimentos e/ou sofrimentos começam a se tornar permanentes e afetar nosso dia a dia, nos preocupando excessivamente. Podemos observar a necessidade de um profissional quando buscamos aliviar algum sentimento, descontando-o em forma de hábito nocivo a saúde, como comer demais, beber café mais, álcool ou outras drogas. Ou quando percebemos que não estamos mais conseguindo trabalhar direito ou nos relacionar bem com outras pessoas por conta de algum problema ou comportamento. 

COMO CONVENCER ALGUÉM IR NO PSICÓLOGO?

  • Tenha paciência: É fundamental lidar com paciência e compreensão em diversas situações da vida, quando falamos de alguém com algum tipo de sofrimento mental isso se torna mais importante ainda. É comum que a pessoa que precisa de ajuda assuma uma posição relutante e, muitas vezes, nem conseguem reconhecer que precisam de algum tipo de ajuda. Lembre-se que o sentimento de “como convencer alguém ir no psicólogo?” está cheio de preconceito e precisa de tempo para ser processada e compreendida. 
  • Confiança e Liberdade: Assim como qualquer pessoa, quem está em sofrimento mental precisa se sentir livre e segura para falar dos seus sentimentos, dificuldades e problemas. Não force a barra tentando tirar informações a força, deixar a pessoa tensa e acuada só vai aumentar a barreira entre vocês.
  • Julgamentos: A última coisa que a pessoa que tentamos convencer a ir ao psicólogo precisa é de julgamentos e críticas. Esse momento é deve ser de acolhimento e compreensão, quanto mais julgamentos houver, mais ela se afastará da possibilidade de se abrir ou buscar ajuda de um profissional. Um medo que pode ser construído é o de que se você a está julgando o profissional também fará assim ou pior. 
  • Seja imparcial: É fundamental sermos empáticos, mas a empatia não significa pegar os problemas dos outros para nós. Além disso, é comum que pessoas em sofrimento mental possam ter comportamentos hostis, como agredir ou ofender, então é fundamental não levar esses episódios para o lado pessoal. Quando isso ocorrer, basta recuar e dar um tempo para a pessoa se acalmar. 
  • Interação social: incentive, de forma gradual e sem pressão, a pessoa a ter outras interações sociais e experiências além do seu convívio familiar ou a rotina que está acostumada, mudar de ambiente faz bem. Conseguir que essa pessoa realize atividades que proporcionem prazer e bem-estar (como exercícios físicos) a torna mais receptiva a compreender as necessidades de buscar um psicólogo para melhorar ainda mais. 
  • Esteja bem informado: Antes de ajudar e tentar convencer a pessoa a algo, é importante que tenhamos informações seguras sobre o assunto. Você precisa entender um pouco sobre como funciona a depressão, ansiedade ou outro quadro de saúde mental para que não caia em erros que reforcem preconceitos, julgamentos como trouxemos nas dicas anteriores. Consulte livros, sites de instituições oficiais de saúde ou sites de psicólogos como a FEPO. 
  • Saiba para que serve a psicoterapia: A terapia é um trabalho através do qual a gente se conhece melhor, ou seja, um trabalho de autoconhecimento.

 Através da terapia nós vamos entendendo ou buscando compreender todos os nossos sentimentos, como estamos agindo com outras pessoas, como estamos agindo com a gente mesmo e como agimos com o mundo. Entender o motivo de nossas escolhas e qual a explicação para que tenhamos uma certa personalidade. 

E se você se pergunta “como convencer alguém ir no psicólogo?” Diga que essa questão é que, basicamente, a função da terapia é fazer com que se conhecendo melhor, que você possa realizar novas escolhas, se livrar de algumas amarras construídas durante a vida, ser mais livre para decidir de forma mais consciente. Isso só é possível por que a terapia busca trabalhar um mergulho mais profundo possível na sua vida, ou melhor, vários mergulhos profundos na sua vida para compreender todos os processos da sua vida e construir uma perspectiva de cuidado a partir do que você vai trazendo e o que ele ajuda você a enxergar, lá no fundo, e colocar à tona durante os encontros 

  • Acompanhe: mesmo depois de se questionar “como convencer alguém ir no psicólogo?” se mostre firme no seu apoio a pessoa. Quando convencer a buscar um psicólogo a acompanhe até o atendimento e aguarde na sala de espera, é muito comum que ocorra muito nervosismo nessa ida até o profissional ou alguma resistência após o atendimento. Então nesse momento você pode ser um ponto de suporte e a convencer a não desistir. 

Espero que essas dicas tenham te ajudado. Muita coragem, paciência e amor ao ajudar alguém. 

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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