Se você leu o outro post sobre o tema aqui na página, ou se conhece alguém que tem tais características, surge a dúvida de como lidar com uma pessoa narcisista. Afinal, não é algo simples e pode trazer prejuízos significativos na sua vida, principalmente quando esses indivíduos estão dentro do principal núcleo social, como a família.
Dessa forma, aqui vamos apresentar tudo o que você precisa saber sobre o assunto, incluindo dicas que vão lhe auxiliar a manter sua saúde mental, mas também como é feito o diagnóstico e tratamento desses indivíduos.
Diagnóstico – Qual o papel do profissional?
O profissional de saúde mental tem um papel fundamental nos diagnósticos de transtornos de personalidade, humor e outros, principalmente quando não existem questões físicas associadas.
Em um quadro de depressão por exemplo, são averiguados diferentes aspectos, como a saúde mental, emocional, questões físicas e sociais. Como o rebaixamento na produtividade, alterações no ciclo do sono, mudanças de peso, etc.
Na prática, o diagnóstico é baseado em fatores mentais, de pensamento, e comportamentais, de ação. Tudo de forma conjunta. Portanto, nada é avaliado individualmente, considerando uma única situação.
Frequentemente, os psicólogos avaliam os seguintes aspectos:
- Sentimentos de grandeza desmedidos;
- A necessidade de ser o centro das atenções, e o que ocorre quando isso não acontece;
- Como é o convívio com outras pessoas, principalmente em locais de posicionamento;
- Empatia;
- Preocupações e desejos;
- Características de manipulação;
- Sentimento de inveja, etc.
Esses fatores serão avaliados em situações diversas, como em casa, no trabalho ou em outros grupos.
Dessa forma, se você acredita que alguém narcisista faz parte da sua vida, se lhe afeta de qualquer forma ou mesmo para ter mais qualidade de vida, conheça os profissionais Fepo.
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Egocentrismo: o que diferencia o egocêntrico do narcisista?
O egocentrismo e o narcisismo são confundidos com frequência, principalmente porque existem pensamentos e conceitos que vão divulgados de forma errada, causando aquele aspecto de que “´é tudo igual”.
Mas não é e isso dificulta muito o processo de aprender como ligar com uma pessoa narcisista.
Na psicologia, definimos o egocentrismo como todas os comportamentos, atitudes e pensamentos de uma pessoa referente a ela mesma.
E, tudo isso, começa ainda na infância, mais especificamente por volta dos três anos. Segundo Piaget, nesta fase, os pequenos desenvolvem esse egocentrismo de forma natural e essencial.
Afinal, as crianças usam esses comportamentos para se diferenciar dos demais, aprenderem sobre si, definirem limites e até para fazerem parte do meio social. Neste cenário, o pensamento é completamente realista e centrado no indivíduo.
Basta observar algumas crianças brincando e verá elas dizendo que “isso é meu” e “aquilo é seu”. Portanto, usado para reconhecer e entender. Inclusive, esse egocentrismo infantil é visto como negativo pelos adultos, quando é importante e deve ser manuseado de forma adequada, para que a criança aprenda.
Partindo para a vida adulta, esses comportamentos infantis tendem a quase desaparecer devido ao amadurecimento e novos aprendizados, sobrando apenas resquícios.
Porém, existem pessoas que mantém esse ego ao longo da vida, manifestando-o com outros sinais.
Logo, o egocentrismo é um traço de personalidade que não foi alterado ou desestimulado na infância, independentemente do motivo. Já o narcisismo é um distúrbio.
Mas isso é ruim?
Ao contrário do narcisista, o egocêntrico não é essencialmente ruim ou quer a “derrota” dos demais. Inclusive, muitas vezes, eles mal pensam sobre isso.
Da mesma maneira, existem diferentes tipos de pessoas egocêntricas, que variam na intensidade na qual exibem esses comportamentos. Algumas, por exemplo, só se mostram assim em situações específicas.
Segundo Freud, existem dois grupos gerais: os negativos e os positivos.
Os egocêntricos positivos são aqueles que usam esse traço de forma positiva, trabalhando na própria autoestima, visando seus objetivos e atuando para que as coisas que ele quer aconteçam.
Mas existem os negativos, que são aqueles que tem uma visão inferior de si quando comparado aos demais, possuem baixa autoestima e que, em alguns casos, pode incentivar esse rebaixamento nas pessoas que estão à sua volta.
Em ambos os casos, essas pessoas não veem esse ego como uma característica ou aprendizado, mas como o “jeito de ser individual” e, sob essa perspectiva, imutável.
De qualquer maneira, o egocentrismo pode ser algo saudável quando usado em benefício próprio e geral. Como aquele indivíduo que está sempre buscando novos sonhos e que incentiva os demais, que é alto-astral e que supera as dificuldades.
Ou pode ser ruim quando o sujeito é demasiadamente crítico, a si ou aos demais, não acredita que as coisas podem dar certo ou mesmo por desgastar as relações das quais participa, afastando muitas pessoas.
Seja como for, ainda é totalmente diferente de um narcisista.
Como lidar com uma pessoa narcisista
Saber como lidar com uma pessoa narcisista significa entender e identificar esses indivíduos. Para isso, separamos um post completo aqui na página, apresentando as características mais marcantes.
Assim, os principais sinais de atenção que você deve considerar são: sentimento de superioridade, nenhuma empatia, arrogância, não sabe lidar com críticas e responde de forma agressiva e impaciente quando contrariado.
O maior desafio é que, muitas vezes, a manipulação dos narcisistas faz com que você não perceba o que realmente está acontecendo e, em geral, afeta a autoconfiança, criando um ciclo bastante nocivo.
Quando isso ocorre dentro de núcleos importante, como pais, amigos muito próximos e/ou familiares, a quebra pode ser ainda mais dolorosa, já que você tem um sentimento por essa pessoa.
Com isso, existem três pilares simples que vão te ajudar neste processo:
Tente se afastar ou limitar o convívio
A primeira, e talvez mais difícil, dica é tentar se afastar dessas pessoas. Já que elas causam um grande mal para a saúde mental.
Muitas vezes, você mal percebe que isso está acontecendo, mas está. São pessoas que parecem acabar com a sua energia, sempre encontram defeitos seus para serem apontados, não comemoram suas vitórias e até as desmerecem.
A longo prazo, isso contribui para uma baixa autoestima ou mesmo para atritos, que causam danos emocionais e até físicos.
Portanto, se afastar é a melhor alternativa diante de pessoas que apresentam essas características.
Entretanto, nem sempre isso é possível, principalmente se forem familiares que estão sempre presentes ou mesmo um colega de trabalho. Quando isso acontece, a recomendação é evitar o convívio ao máximo.
Por exemplo, se for um colega de trabalho, só converse com ele quando necessário, limite-se a assuntos profissionais, não faça perguntas pessoais e não fale da sua vida para ele, mantenha o nível profissional de atuação e respeito, se afaste das “panelinhas” quando começam a falar de algo (invente trabalho a ser feito).
Já no âmbito familiar, prefira conversar apenas assuntos superficiais ou até evitar conversas, limite o tempo que passa próximo, saia do ambiente e, se preciso, dê desculpas para evitar ir em algum local quando este sujeito estiver.
Acredite, sua saúde e estabilidade mental vão agradecer.
Comece a reforçar sua saúde mental, perspectivas e comportamentos
A realidade é que apenas se afastar não é o suficiente, já que você pode ter alguns contatos ou conhecer outros ao longo da sua vida.
Portanto, a dica de como lidar com uma narcisista é conhecer mais do assunto e de si, reforçando suas crenças positivas, cultivando sua saúde mental e evitando que os comentários de terceiros influem negativamente em qualquer aspecto da sua vida.
Aqui cabe uma ressalva: não tente abordar diretamente o narcisista, dizendo que ele tem um transtorno ou que deveria procurar ajuda. Isso não vai funcionar e você poderá receber uma enxurrada de críticas.
O que você pode tentar fazer é conversar sobre outros assuntos, como medos, inseguranças e até falar sobre a importância de fazer terapia, mas sempre de forma mais indireta.
Dessa forma, você poderá incentivar esse sujeito a procurar ajuda ou, talvez, a pensar mais sobre suas ações.
Assim, iniciar o seu cuidado pessoal permite que você encontre forças para evitar que os comportamentos dos narcisistas influenciam na sua autoestima, confiança, amor-próprio ou busca por objetivos.
Logo, você não vai tolerar ser rebaixado, passa a entender que é uma questão pessoal dele, não sua e que pode ser manter saudável, seguro e feliz.
Cuidar de si é o seu ato de resistência contra essas pessoas, preservando quem você é e o caminho que quer seguir. Aqui na Fepo, vamos te ajudar a alcançar tudo isso, uma sessão por vez!
Importante
A dica de não confrontar essas pessoas serve, justamente, para evitar uma retaliação.
Geralmente, os narcisistas entendem que precisam “bater de volta” ou mais forte quando são questionados, confrontados ou rebaixados, já que acreditam que são superiores.
Daí a importância de se afastar ou limitar o contato sempre que possível.
Em casos de relacionamentos amorosos, a ruptura pode ser muito dolorosa, mas será a melhor saída para que você se restaure.
O narcisista só aceitará tratamento por si mesmo e, infelizmente, ficar esperando por esse desejo pode comprometer anos e toda a sua saúde. Neste momento, é essencial ser egocêntrico, olhando para si e para o próprio bem-estar.
Reconheça a verdade por trás dessa relação
A realidade é que você pode sim tentar ajudar uma pessoa narcisista, mas nunca as custas de si mesmo.
Neste cenário, tenha limites quando a comunicação, e como ela vai acontecer, e cautela quanto aos termos que vai usar.
Com isso, o que pode ser doloroso é notar que a relação é unilateral, ou seja, só você se dedica, perdoa e coloca aquele indivíduo em um primeiro plano. E aqui não estamos falando de amor ou carinho.
O que acontece é que os narcisistas não tem nenhuma capacidade de demonstrar isso por viverem nesse mundo de si mesmos.
Isso quer dizer que as relações são transacionais, eles dão aquilo que dão por esperarem algo em troca, porque existe algo que você oferece a eles. Seja atenção, dinheiro, presentes e assim por diante.
Uma matéria interessante do Instituto PennaFort destaca justamente isso, a forma como os narcisistas manipulam e simulam empatia e até amor, tornando outros dependentes deles. Geralmente, começam a relação falando palavras bonitas e se mostrando as melhores pessoas, depois, chega a normalidade, onde começam a invalidar o par e então começam uma nova busca, podendo ou não descartar o “amor” antigo.
É comum que os narcisistas digam, inicialmente, aquilo que você quer ouvir, ofereçam experiências incríveis, mas, depois, tudo se apaga.
Por isso, é importante que você reconheça essa verdade para ser capaz de lidar com uma pessoa narcisista e evitar que isso progrida/continue.
Tratamento – O que pode ser feito?
Por fim, agora que você sabe como lidar com uma pessoa narcisista, cabe destacar que existem diferentes linhas de tratamento, variando conforme o caso.
Geralmente, inicia-se com a psicoterapia, que fará parte de todo o processo, ao longo do tempo. Mas também podem ser indicados medicamentos.
Esses remédios são opções quando há outros sintomas atrelados ao distúrbio, como ansiedade acentuada, agressividade e pensamentos excessivos de grandeza.
Porém, nada disso funciona sem acompanhamento terapêutico.
Afinal, são nas sessões que todos os comportamentos serão evidenciados e analisados, para que possam ser alterados a partir de uma reflexão. Da mesma maneira, a psicoterapia otimiza o processo de autoconhecimento, essencial para entender as próprias individualidades, comportamentos e perspectivas.
Atualmente, uma das abordagens que mais apresenta resultados é a Cognitivo Comportamental, sendo necessário considerar outras se for interessante para o indivíduo.
Como lidar com uma pessoa narcisista: o que dizem os especialistas?
Segundo especialistas, o desafio inicial é o diagnóstico, visto que muitos passam uma vida toda sem procurar auxílio profissional, sendo comum atrelar isso a “personalidade”, o que não é verdade.
Além disso, os dados mostram que o distúrbio atinge mais homens que mulheres, com os primeiros sintomas aparecendo ainda na adolescência.
Fisicamente, o cérebro desses indivíduos é diferente, já que a parte cinzenta da ínsula esquerda anterior tem uma diminuição. Ou seja, a parte do cérebro relacionada ao funcionamento cognitivo e as respostas das emoções é menor.
Até o instante, essa descoberta não impacta em informações sobre causas ou tratamentos, mas é um passo para entender melhor, futuramente, como o transtorno se desenvolve e como se apresenta nos primeiros estágios dos jovens.
Se quiser saber mais sobre o estudo, vale a pena conferir a matéria do Hospital Santa Mônica.
Enfim, para saber mais e acompanhar todas as novidades sobre saúde mental, psicologia e pesquisas, deixe seu e-mail na Fepo e receba tudo o que surgir aqui. Estamos esperando você para ter mais qualidade de vida e bem-estar.