Gatilhos emocionais: saiba como lidar com eles

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Não se preocupe, todos nós temos gatilhos emocionais, não se sinta mal por tê-los, mas você precisa entender o que são e como pode tentar lidar de uma forma melhor com essas situações. 

Com o passar do tempo, adquirimos mais experiência e passamos por situações diferentes umas das outras, o que provoca um desenvolvimento de sentimentos. Nesse sentido, entendemos que algumas coisas nos fazem bem e outras não. 

Quando algum comentário é feito, mesmo que de brincadeira, e isso nos faz lembrar de algum dia ou situação ruim, te deixando mal, isso é um gatilho emocional

Em resumo, os gatilhos emocionais são como sensores, que nos fazem, mesmo que contra nossa vontade, reagir de uma forma mais exaltadas ou extremamente feliz. 

Ao contrário do que muitos pensam, os gatilhos emocionais não são apenas para situações ruins; eles exercem um papel importante para coisas que foram boas na nossa vida. 

Infelizmente, nós não aprendemos a lidar com acontecimentos e sentimentos ruins, e por isso os eventos ruins da nossa vida são sentidos de forma mais intensa. 

Como em tudo na Psicologia, os sentimentos são individuais, os seres humanos são particulares, portanto, toda situação tem sua forma específica.  

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Imagine que uma menina passou a infância e adolescência sendo chamada de gorda. Ao crescer e lidar cada vez mais com pessoas, em um primeiro momento, se ela for chamada de gorda independentemente do seu peso, isso vai ter um significado muito forte na cabeça dela. 

Da mesma forma ocorre com traições conjugais, é muito difícil sair de um relacionamento amoroso em que você foi traído e logo depois confiar abertamente em qualquer outra pessoa. 

Do mesmo jeito que esses exemplos podem ter um impacto extremamente negativo e ativar os gatilhos emocionais, essas situações podem ser levadas normalmente pelo indivíduo. 

Autoconhecimento é a chave para lidar com os gatilhos emocionais 

Os gatilhos emocionais existem, não tem para onde correr. O grande problema na verdade é como usar para o seu bem ou colocar de lado e seguir com sua vida. 

As respostas para os conflitos internos sempre estarão dentro da sua cabeça, e por isso, você é o único que pode resolver. Obviamente, com a ajuda de um psicólogo tudo ficará mais fácil, afinal, a Psicologia não serve só para “loucos” como muitos pensam, serve também como prevenção. 

A prevenção nesse sentido funcionaria com o processo de olhar para si, conhecer as suas fraquezas, tomar conhecimento sobre como suas reações e comportamentos regem o seu cotidiano. 

Vamos colocar algumas situações e você irá refletir se isso te causa algum incômodo ou se está tudo normal. 

1) Se alguém estivesse rejeitando você constantemente, como você se sentiria? 

2) Caso você esteja com alguma companhia e essa pessoa estivesse ameaçando de te deixar sozinho, como você reagiria? 

3) Se você estivesse em alguma situação muito difícil na sua vida e ninguém ao seu redor oferece algum apoio, você se importaria? 

4) De forma recorrente você está sendo ignorado, como você reagiria?

5) Sempre que você convida uma pessoa para fazer, essa pessoa não está disponível para você, como você se sentiria?

6) Em uma situação você está sentindo um ar de desaprovação vindo das pessoas, você se sentiria desconfortável? 

7) Se em um determinado acontecimento – que não foi sua culpa – alguém estivesse te culpando pelo resultado ou até mesmo fazendo você passar vergonha, como você reagiria?

8) Caso você tenha marcado algo com alguém há muito tempo, você estivesse extremamente animado, e ao chegar, a pessoa nem aparenta estar feliz com sua presença, você se importaria? 

9) Se alguém estivesse flertando com você de uma forma muito incisiva e sexual, como você reagiria?

10) Ao sentir que alguém está tentando te controlar, qual seria a sua reação? 

11) Se houvesse os dois extremos de uma carência ou de sufocar você emocionalmente, como você reagiria?

O que você precisa se atentar é se suas respostas foram (mesmo que em somente uma): 

– Eu fico com muita raiva;

– Eu me sinto carente diante dessa situação; 

– Eu não me importo, pois tudo que eu faço é para agradar os outros; 

– Não gosto de incomodar os outros com os meus problemas, por isso escondo minhas reações; 

– Eu não consigo mais manter uma relação com essa pessoa depois desse comportamento; 

– Eu responsabilizo essa pessoa por esse problema (ou dessa dor); 

– Eu me viciei em algo por causa disso (comidas, apostas, sexo, substâncias ilícitas etc.) 

Com base em suas respostas, você pode identificar a origem dos seus gatilhos emocionais e lidar melhor com eles quando essas situações ocorrerem. Lembre-se que isso sempre vai existir. 

Como você pode identificar e gerenciar seus gatilhos emocionais?

Anote todos os fatores que podem causar essa ou aquela emoção

Liste as emoções que você considera necessárias. Por exemplo, tristeza, raiva, alegria, medo, ansiedade, vergonha, culpa. Anote os pensamentos que acompanham cada emoção e suas ações habituais.

Mantenha um diário de emoções

Talvez você não consiga identificar imediatamente todos os gatilhos significativos, porque geralmente não percebemos a conexão “situação – reação – pensamentos – ações”. 

Assista a si mesmo. Toda noite, anote suas emoções intensas, o que as causou, que pensamentos surgiram, como você reagiu. Com o tempo, você começará a ver padrões repetidos e a entender melhor o que o leva à depressão, o que o deixa com raiva e o que causa ansiedade.

Identifique os motivos da origem dos seus gatilhos

Não é tão simples, mas o levará a um novo nível no gerenciamento de suas emoções e vida. Com um psicólogo ou com você, você pode tentar perceber quando essas situações começaram a evocar essas emoções. 

O que é comum entre situações atuais e passadas? Compreender o passado o ajudará a parar de perdê-lo no presente.

Realize a conexão entre emoções e sensações corporais.

Quando sentir uma forte emoção, observe o que acontece no corpo. A respiração está mais rápida? Suas mãos estão esfriando? Apertos no peito? 

Conhecer as manifestações corporais dos sentimentos ajudará a perceber os primeiros sinais de uma tempestade emocional e a tomar medidas para reduzir a intensidade.

Faça uma pausa

Se você está sobrecarregado de emoções, espere, não reaja imediatamente. Respire fundo algumas vezes. Observe as sensações corporais. Aguarde até que os batimentos cardíacos e a respiração retornem ao normal e só então decida o que fazer.

Analise pensamentos e questione-os

É principalmente sobre pensamentos de natureza negativa. “Eu sou um perdedor”, “Eu sempre estarei sozinho”, “ele não dá a mínima para mim.” Tais pensamentos podem melhorar e fortalecer sua resposta emocional. 

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Se eles não ajudam você a se sentir melhor e a alcançar objetivos, por que você precisa deles? Olhe a situação de um novo ângulo, escolha outros pensamentos e ações.
Esse artigo não teve como função substituir nenhum atendimento psicológico, possui apenas um caráter informativo e de forma a conscientizar os leitores sobre a importância do debate. Esperamos ter ajudado.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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