Pressão, pressão e mais pressão…
A meditação ajuda na ansiedade? A cada dia que passa as cobranças e demandas na nossa vida só aumentam.
Antes mesmo de nascer a nossa família já coloca expectativas sobre nós a partir da ideia que ela possui sobre “ser alguém na vida”.
Quando crianças não podemos ficar livres por conta da violência urbana ou são atribuídas muitas atividades que impedem o ‘ser criança’.
Quando estamos na escola já temos a pressão de um ótimo desempenho e escolher que carreira seguir, qual faculdade fazer…isso ainda com 15/16/17 anos.
Na universidade também somos medidos por notas e a competição fica mais acirrada.
No mercado de trabalho a competitividade explode, trabalhamos além do que somos pagos com a ideia de ‘vestir a camisa’, necessidade de se destacar sobre os colegas ou com medo do desemprego.
Se temos filhos nos preocupamos com a segurança deles, com os estudos, com o futuro e com os gastos enormes para sustentá-los. Se não temos filhos, somos cobrados a ter, afinal, somos ensinados que essa é uma das obrigações durante a vida.
Temos que sustentar e cuidar de uma casa, carro, família….e cada dia que passa as coisas estão mais caras e o mundo mais violento.
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Consequências de tanta pressão…
Com uma vida recheada e coberta de cobranças e preocupações, acabamos gerando sentimentos negativos sobre nós e sobre o mundo. O que é esperado de nós hoje foge do que é possível para um ser humano, pelo menos dentro de um contexto saudável. Então quando não conseguimos atingir e corresponder a todas as demandas pessoais, profissionais e sociais uma carga imensa de tensão é gerada.
Essas tensões geram desconforto e afetam suas relações sociais, emocionais e profissionais. Esse processo é um efeito cascata e afeta também as funções fisiológicas e mentais, um exemplo disso é a ansiedade.
O caminho mais comum não é o único caminho…
Por conta de toda a alteração e impactos negativos que a pessoa com ansiedade começa a vivenciar, é muito comum que o principal recurso seja o farmacológico (medicamentos) na busca de reduzir os sintomas de forma significativa e voltar a ter qualidade de vida.
Mas além do medicamento também podemos lançar mão de recursos que, além de reduzir, ajudam a prevenir a ansiedade, que é a prática meditativa.
O que é a meditação?
A meditação é uma ótima opção por ser um recurso terapêutico que não tem contra indicações. Não existe a possibilidade de causar danos a quem pratica. Ela não agride nenhuma parte do corpo ou funções orgânicas, nem causa efeitos colaterais ao contrário dos medicamentos.
Essa prática vem sendo testada e pesquisada nos mais variados contextos das ciências da saúde e os seus resultados vem mostrando benefícios para quem utiliza dela, seja dentro de uma perspectiva curativa ou preventiva para diversas doenças.
A meditação tem como objetivo desenvolver habilidade de concentração, busca trazer tranquilidade e ajuda a focar no presente. Ela é uma prática muito antiga que tem raízes orientais.
Quando vemos meditação nos filmes, sempre colocam como referência aqueles templos budistas, aonde a pessoa vai para um retiro espiritual e abdica muitas coisas da vida para encontrar o seu “próprio eu”. Isso é muita fantasia e uma ideia bem caricata da meditação.
A meditação é muito acessível e você pode inclui-la no seu dia a dia de muitas maneiras e de acordo com suas necessidades e rotina. Meditar é desacelerar a mente e com isso conseguir enxergar a vida com mais tranquilidade e de forma racional, transformando nossa forma de agir com o mundo e nos fazendo enxergar o melhor de nós mesmos.
A meditação é a forma de estar no aqui e agora, tirando a mente das preocupações do futuro (que muitas vezes nem existirão) que geram ansiedade.
Como meditar?
Meditar não é difícil, mas no início, principalmente para quem é ansioso, pode ser um pouco desagradável. Limpar a mente não é magica e a prática do focar no agora não é instantânea, assim como nenhum outro método, então é importante ter persistência na prática.
Mais qualidade e menos quantidade: Você não precisa ficar horas meditando. Comece com 5 minutos (pode ser até duas vezes ao dia) e, aos poucos, ir aumentando até chegar aos 20 minutos, de acordo com a possibilidade e desde que seja confortável para você.
Tenha uma rotina: Criar um hábito é fundamental para a vida e isso não seria diferente para a meditação, principalmente se você busca que a meditação te ajude na ansiedade. Escolha um horário fixo no seu dia para realizar sua prática. Uma sugestão é fazer pela manhã, quando está descansado e para que tenha um bom dia.
Escolha bem o lugar: Busque um local na sua casa ou em qualquer outro lugar de sua preferência (ex: parque) que seja livre de preocupações, barulhos e desconfortos. Utiliza almofadas ou uma poltrona confortável, incensos, aromatizadores de ar e qualquer outro elemento que te ajude a entrar no clima da meditação.
Meditação e expectativas: Lembre-se que meditação não é o que mostram nos filmes. Não é uma experiência mágica ou divina, onde todas as respostas cairão no seu colo. A meditação é um momento para se enxergar com mais tranquilidade e se conectar com o seu eu, corpo e sentimento. Cuidado para não deixar que expectativas irreais tome conta desse momento.
Pensei em problemas: Calma, está tudo bem, a prática da meditação é justamente isso, uma prática. É com o passar dos dias que você vai se aperfeiçoando no processo. A divagação dos pensamentos é normal e vai acontecer, se você se perceber nessa situação basta retornar e se concentrar novamente. Nada de ficar se julgando e sofrendo caso isso aconteça. Combinado?
Seja persistente: Toda atividade nova que começamos nos desafia e exige persistência, com a meditação não seria diferente. Vá treinando seu cérebro e seu corpo aos poucos, até ele ir se acostumando e compreender o quão bem a prática te faz. Quando você menos perceber estará sentindo necessidade de meditar!
Existem várias formas e vertentes de meditação. Busque a que mais se encaixa com você. Se preferir procure um especialista que possa te ajudar e guiar suas práticas.
Boa meditação!