Sempre que o assunto ou mesmo a palavra “sexo” é citada de alguma maneira, logo surgem uma série de questões. Desde tabus até curiosidades e anseios, sendo que tudo isso impacta o indivíduo e a maneira como ele vive, se relaciona e vê a si mesmo.
Justamente por isso, a temática é tão importante, mesmo que pouco debatida. Logo, precisamos falar sobre sexualidade e as principais questões psicológicas que cercam o assunto para que você tenha uma vida mais saudável, plena, feliz e prazerosa.
Porém, também precisamos considerar que existem diferentes prismas de visão, alguns retratados nas grandes mídias, mas outros que raramente aparecem em tela.
Por que é tão difícil falar de sexo?
Mesmo atualmente, com todo o desenvolvimento das sociedades e com a temática fazendo parte de várias produções distintas, é possível notar que, para muitos, ainda é um tabu.
Além disso, mesmo sendo um assunto tão comum para alguns e em alguns lugares, destacando para as pesquisas no Google, sempre liderando o ranking, ainda há “brechas”. Não é incomum ver pais e responsáveis que chegam a ter dores de cabeça só de pensar que as crianças (em algum momento) vão ter dúvidas sobre isso, e vão perguntar. Ou mesmo o desconforto quando o assunto ou imagens surgem no coletivo.
Nas salas de aula esse desconforto vem em forma de piada ou silêncio e nas salas de casa muitos vão para a cozinha/banheiro, desconversam e até tentam pular a cena ou o canal.
Assim, mesmo sendo algo natural, incluindo milhares de outras espécies, o tema parece difícil. Mas, por que é difícil?
A realidade é que existem uma série de fatores que contribuem para que o assunto continue com essa áurea, quase como algo intocável. Dentre eles, estão as questões sociais. Como o medo de ser visto de forma diferente, como alguém “promíscuo”, ou mesmo pela dificuldade de aceitação.
Muitos acreditam que, ao falar sobre isso, correm o risco de serem marginalizados ou rejeitados. O que de fato acontece, principalmente em grupos mais truncados ou sociedades mais tradicionais.
Se algumas comunidades falam abertamente sobre isso, e outros assuntos, também há aquelas que acreditam que o tema deve ser mantido “escondido atrás de quatro paredes”. Geralmente, os mesmos grupos que evitam o assunto, são aquelas que seguem alguma doutrina onde o sexo é visto como pecado.
E isso rega alguns problemas, principalmente nos indivíduos mais jovens. Afinal, se é pecado, por que deveria ser feito?
Fatores importantes
Dessa forma chegamos a uma questão importante: ainda que seja algo biológico, a realidade é que a temática envolve política, religião, costumes e cultura, bem como uma série de outras questões.
Sendo assim, não se trata apenas de falar sobre o assunto, mas de quebrar algumas dessas barreiras. E isso não é fácil.
Vale destacar que o foco aqui não é apontar um culpado, mas entender como essa dinâmica é prejudicial para a psique do sujeito.
Crianças nascendo em lares com uma doutrina fortemente amparada por costumes onde o sexo é visto como sujo, que autonomia sexual feminina não deve existir ou mesmo que tudo isso é pecado, podem desenvolver uma série de sintomas típicos e transtornos.
Não é incomum que essas crianças acabem confusas quanto aquilo que sentem, sofrem um embate moral a cada pensamento “desvirtuoso” e não sabem a quem recorrer.
Justamente por isso, não se trata apenas de “pregar uma ideia”. Quando pensamos em educação sexual, principalmente para o público jovem, o foco é prevenção. É garantir que aquele sujeito seja respeitado em sua individualidade, que não sofra abusos ou que saiba identificar um, prevenir a gravidez na adolescência e as doenças sexuais, entre outros fatores.
Porém, para que isso aconteça de forma efetiva, também é preciso falar sobre a cultura que cerca o ser humano.
Quem nunca ouviu que “homem não pode chorar” e que a “mulher deve ser uma moça de família e se dar ao respeito”? Essas falas tão comuns, causam grandes impactos na mentalidade e no desenvolvimento.
Do início: o sexo no desenvolvimento humano
Primeiramente, vamos começar com a seguinte pergunta: quando você pediu aos seus pais de onde veio, qual foi a história que lhe contaram?
Essa questão traz uma série de perspectivas à tona. A maioria ouviu que foi a cegonha, outros dizem que a criança nasceu em um pé de alface e a criatividade segue. Também existem aqueles que dizem que o pai “colocou uma semente na barriga da mãe”.
Ou seja, desde o início, essa questão já é abordada de forma fantasiosa.
Geralmente, a desculpa é de que a criança é jovem demais para entender qualquer coisa. Porém, se pensarmos melhor, é o desconforto nos pais em explicar a situação toda.
Com o desenvolvimento dessa criança, ela será exposta a crianças e pessoas diferentes, que tiveram uma criança distinta. E assim surgem as primeiras dúvidas sobre a história. Afinal, porque cada criança nasce de um jeito, não é?
Avançando mais, vem o ensino básico do sistema reprodutor. E então, o primeiro baque: aquela história era mentira. Já que existe um órgão reprodutor em cada ser humano.
Na maioria dos casos, isso não gera nenhum prejuízo, visto que ela começa a crescer e entender melhor as coisas. Porém, quando há uma barreira para esse ensino, as coisas tendem a se complicar.
Como resultado, identificamos adultos com transtornos de ansiedade só de pensar em fazer sexo, depressão por não atingir determinado “resultado”, pânico de qualquer coisa relacionada ao assunto, etc.
Quando tem acompanhamento psicológico efetivo, esses sintomas podem ser reduzidos até chegar ao “x” da questão. Com o tratamento correto, o indivíduo volta a se sentir bem e descobre meios de se libertar dessas emoções negativas.
Em outros casos, é necessário um Psicólogo Sexual. Já que este profissional tem como foco exatamente essa questão e todas as suas nuances, dificuldades, problemáticas e mais.
Autoestima e sexo
A autoestima é um assunto que se popularizou nos últimos anos, ganhando mais espaço e relevância.
Entretanto, quando chegamos a questão de autoestima e sexo, muitos ainda optam por não falar do assunto, o que pode acarretar mais pensamentos envoltos negativamente no tema.
Porém, é válido destacar que isso tudo pode acontecer de duas maneiras: sendo uma baixa autoestima que causa problemas na atividade sexual ou questões sexuais que afetam a autoestima.
Quando a autoestima vem primeiro
De maneira geral, indivíduo com baixa autoestima tem dificuldade em lidar com as próprias dificuldades, tem falta de confiança, medo, timidez, questões relacionadas a rejeição e podem ter um pensamento negativo sobre tudo que fazem.
Não à toa, são pessoas que estão sempre criticando todas as decisões, pensamentos e comportamentos, além dos sentimentos.
Justamente por isso, nem sempre conseguem entender exatamente a própria libido, como os desejos acontecem ou aquilo que os impulsiona, tem dificuldade para lidar com o parceiro e podem acabar na perspectiva de que é “melhor ficar sozinho”.
Quando o sexual vem primeiro
Quando a questão sexual aparece em indivíduos com autoestima elevada, podemos notar que existem questões primárias. Ou seja, alguma coisa aconteceu.
Na maioria das vezes, as queixas sexuais do parceiro começam a gerar dúvidas, problemas para manter a ereção/lubrificação, alterações na libido decorrente do cansaço ou mesmo de medicações, etc.
Dessa forma, o sujeito apresenta algum fator sexual que começa a ser questionado. Com ele, vem a falta de confiança, ansiedade, medos (principalmente da rejeição) e provoca o rebaixamento da autoestima.
Também é comum ver isso em relações tóxicas, principalmente quando um dos envolvidos pratica o gaslighting. Quando um dos parceiros começa a “minar” os desejos do outros, questiona todos os comportamentos ou transforma o sexo em punição.
Sinais de atenção: quando procurar um atendimento?
Sabendo que existem diversos sinais que podem indicar questões emocionais e sexuais disfuncionais, fica a dúvida de quando exatamente procurar por ajuda. A partir disso, separamos alguns dos principais sinais de alerta. Entretanto, o psicólogo pode lhe ajudar em diversas questões, portanto, fazer terapia é investir em você.
1# Problemas no sono
O sono é um dos fatores importantes para a vida humana.
Afinal, é neste momento de descanso que você relaxa a musculatura, desliga o funcionamento consciente e consegue recarregar energias, realizar a sintaxe orgânica e mais.
Porém, sempre que surge algum tipo de alteração no sono, seja na qualidade ou quantidade. É melhor investigar.
Muitas vezes, a insônia ou o “acordar cansado” é comum entre os ansiosos e depressivos, causando ainda mais problemas na concentração, autoestima e poder de decisão.
Já na questão sexual, a falta ou excesso de sono altera a libido. Fazendo com que muitos estejam sempre cansados e sem nenhum apetite.
2# Sexo e comportamento
Não dá para negar que o sexo consegue alterar o comportamento. O sujeito que se relaciona bem e tem sua independência, possui um comportamento mais positivo, toma as próprias decisões, consegue evitar narcisistas e mantém sua saúde sempre em perspectiva.
Por outro lado, quando o indivíduo tem problemas no quesito sexual, o comportamento começa a mudar. Geralmente, ficam mais ansiosos, tímidos, com receio das coisas e passam a se questionar mais.
Essa alteração pode refletir no formato de trabalho, nas saídas com os amigos e familiares, na forma de se vestir e falar, etc.
3# Questões psicossomáticas
A somatização ou desordens psicossomáticas são aquelas de ordem psiquiátrica, ou emocional, mas que causa um profundo impacto no corpo. Nesses casos, é comum que o paciente não relate as questões emocionais, mas sim as físicas.
Entre os exemplos mais comuns estão a enxaqueca, gastrite nervosa, alergias (principalmente alimentar e de pele), entre outras.
Quando pensamos na questão sexual, as variações podem causar diversos efeitos somáticos. Desde uma dor de cabeça que parece nunca sarar até desconfortos na região genital.
Também é comum que isso provoque uma baixa nas atividades diárias, nos desejos e reduza drasticamente a qualidade de vida.
Logo, é importante ficar atento a essas queixas, para saber quando se trata de algo realmente físico ou não. Então, você pode buscar o melhor tratamento.
É importante destacar que muitos pacientes psicossomáticos passam semanas indo a consultórios, tomando remédios e podem fazer exames na tentativa de descobrir o que está “errado”. Se isso estiver acontecendo com você, procure um psicoterapeuta para entender o seu quadro de outra forma.
Curiosidades do sexo
Por fim, separamos algumas curiosidades que mostram porque o assunto deveria ser mais debatido e difundido entre o público de forma natural.
Orgasmo feminino x masculino
Segundo o estudo do Journal of Medicine, as mulheres podem ter um orgasmo que dura em torno de 23 segundos, mas podem demorar por volta de 15 minutos para chegar a este ponto.
Por outro lado, o orgasmo masculino dura a média de 6 segundos e pode ser alcançado com uma média de 5 minutos. Mas a ereção pode ocorrer com apenas 10 segundos.
Alívio de dores
Durante a prática sexual, uma série de anomalias acontecem no organismo humano. Dentre elas, a liberação de endorfinas.
Por isso, é possível que você sinta uma redução nas dores após a atividades, principalmente se atingir o orgasmo. No geral, as áreas mais beneficiadas são os músculos, com a redução da tensão, e enxaquecas.
Vontade de urinar
Muitos se sentem desconfortáveis com a vontade de urinar logo após o sexo. Saiba que isso é resultado de um hormônio diurético produzido durante a relação. Inclusive, faz bem aderir a prática, já que reduz os quadros de infecção.
Sonhos eróticos
Os sonhos eróticos fazem parte da imaginação e não há nada de errado com isso.
Estima-se que a maioria desses sonhos aconteça em torno de 90 minutos depois que você “caiu no sono” e podem levar ao orgasmo. Também é nesse período que o órgão sexual apresenta um maior fluxo de sangue.
Açúcar e desejo
Conforme apontam especialistas, o açúcar tem um papel importante no desejo sexual e, talvez por isso, seja amplamente usado como afrodisíaco.
O que acontece é que os doces, mais especificamente a glicose no sangue, pode elevar ou reduzir o desejo sexual.